Resumo do Projeto
O "Programa de Informação, Educação e Sensibilização para as Alterações Climáticas no Douro" (PIESAC Douro) tem como propósito a implementação de ações de educação e sensibilização dos públicos-alvo (população em geral, comunidade escolar e agentes/atores dos setores do turismo vitivinícola) sobre os riscos associados às alterações climáticas com particular incidência no Património e Valor Universal Excecional do Alto Douro Vinhateiro. Visa a criação de uma cultura de cooperação na adaptação transversal aos vários setores e atores, reforçando, deste modo, a resiliência territorial.
O Alto Douro Vinhateiro não é alheio às alterações climáticas, e é fundamental a adoção de medidas de mitigação e adaptação a estas alterações. O caso do ADV tem a particularidade de ter uma grande parte do território classificado pela UNESCO como Património Mundial na categoria de "Paisagem Cultural, Evolutiva e Viva", o que obriga a uma atenção redobrada na adoção de medidas que permitam fazer face às alterações climática e simultaneamente salvaguardar a classificação e o Património. O sucesso da implementação dessas medidas depende da consciencialização dos cidadãos para os impactos das alterações climáticas ao nível do património cultural e natural do ADV, e ao mesmo tempo do seu envolvimento na disseminação e implementação das melhores práticas. É necessário fortalecer o sentimento de pertença que permita a formação de novas atitudes e sentido de compromisso para a proteção do património.
€102.582,00
to 31 dez 2019
Alterações Climáticas, Ambiente, Património
Objectivos
- Implementar uma estratégia intermunicipal de sensibilização para as alterações climáticas, com enfoque na preservação do Valor Universal Excecional do Alto Douro Vinhateiro;
- Implementar uma estratégia de sensibilização integrada e agregadora, que promova relações de cooperação com a comunidade e os setores-chave do território (setor do turismo e o setor vitivinícola);
- Promover o conhecimento das vulnerabilidades/riscos associados às alterações climáticas que mais afetarão o património classificado do ADV, por parte dos públicos-alvo (população em geral, comunidade escolar e agentes setoriais);
- Consciencializar os públicos-alvo relativamente ao seu papel e benefícios de ação, encorajando e acelerando a adoção de comportamentos promotores de adaptação;
- Constituir um mecanismo de envolvimento e promoção da participação dos agentes locais na implementação de medidas de adaptação às alterações climáticas;
- Promover a adaptação às alterações climáticas do património do ADV, com os expectáveis efeitos positivos ao nível da criação de emprego e desenvolvimento económico, poupança financeira e melhoria da qualidade ambiental;
- Assegurar a preservação do Valor Universal Excecional do património classificado do ADV, face ao conjunto de vulnerabilidades/riscos associados às alterações climáticas a que se encontra exposto;
- Contribuir para o cumprimento dos compromissos nacionais e europeus em termos de adaptação às alterações climáticas;
- Contribuir para a implementação da ENAAC 2020 à escala intermunicipal, promovendo a consecução dos respetivos objetivos, bem como a resposta às lacunas identificadas na 1ª fase da implementação desta estratégia;
Parceiros
Parceiros
Alterações Climáticas
Consideram-se "Alterações Climáticas" qualquer mudança no clima ao longo do tempo, devida à variabilidade natural ou como resultado de atividades humanas.
Por sua vez poder-se-á descrever a “adaptação” como um processo que promove o ajuste dos sistemas naturais e/ou humanos, em resposta a estímulos climáticos observados ou projetados, contribuindo para a promoção da resiliência dos sistemas naturais, sociais e económicos.
As alterações climáticas correspondem a um fenómeno transversal a todas as regiões do mundo.
Os seus efeitos afetam todas as regiões, sociedades e pessoas, em escalas diferentes, sendo particularmente vulneráveis, as pessoas em situação de pobreza extrema, mulheres, crianças, idosos e doentes crónicos.
Em Portugal, os cenários avaliados apontam impactos em diversos setores de entre os quais se destacam os recursos hídricos, a saúde humana, a economia, a biodiversidade (distribuição das espécies), as áreas costeiras, entre outras.
Recursos Hídricos
- Aumento das assimetrias regionais relativamente à disponibilidade de recursos hídricos;
- Acréscimo de chuvadas intensas que aumentará a intensidade e a frequência dos episódios de cheias e inundações;
- Degradação significativa dos ecossistemas fluviais devido à diminuição da disponibilidade e qualidade da água que poderão tornar-se mais vulneráveis à poluição.
Saúde humana
- As temperaturas extremas e a poluição atmosférica contribuirão substancialmente para o aparecimento de patologias cardiovascular e respiratória;
- As alterações na temperatura e na precipitação tenderão a aumentar a possibilidade de ocorrência de doenças transmitidas por vetores (insetos e/ou roedores), favorecendo o desenvolvimento e sobrevivência dos parasitas que causam doenças como a malária, dengue, etc.;
- A presença de agentes patogénicos na água, cuja qualidade se prevê diminuir, pode também causar problemas de saúde pública.
Economia
- Os setores fortemente dependentes de determinadas temperaturas e níveis de precipitação, como a agricultura, a silvicultura, a energia e o turismo serão particularmente afetados.
Biodiversidade (distribuição das espécies)
- A distribuição das espécies será potencialmente alterada em resultado das mudanças nas condições climáticas, com migração de espécies de sul para norte e do interior para o litoral e com substituição de algumas espécies por outras mais tolerantes à secura.
Áreas costeiras
- Até ao final do século XXI, poderá ocorrer uma subida do nível do mar no litoral português, até 1 metro no cenário mais pessimista;
- Poderá verificar-se um agravamento da intensidade dos temporais.